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Memórias e Longevidade: reflexões sobre o envelhecer

As memórias compõem a vida, como autorretrato, digamos assim. Por vezes, nos aterrorizam e por outras nos dão a sensação de integridade. De qualquer modo, os humanos têm memória, quase todos.

As memórias especialmente em idosas e idosos são intensas, como um filme que passa na cabeça. Penso que a certeza da finitude próxima, chama o passado, que mais não seja pela própria perspectiva quebrada de futuro. É aqui e agora. Por vezes, o passado vem com melancolia. Nesse ponto, procurar uma psicoterapia pode abrir uma possiblidade de reencontro com emoções e ampliar a reflexão. Assim, aliviando o fardo e aceitando o presente, a vida pesa menos.

Afinal, a longevidade seria em parte uma aproximação à leveza, ao desapego, pela consciência de estar na última etapa. Para alguns é fugaz, mas para os super centenários, a velhice dura mais de 50 anos. Aos 60, passamos de pessoa adulta para adulta idosa, que tem bastante idade. E vai-se assim até morrer. A gente pode tornar o envelhecer um campo de sabedoria e amadurecimento.

Na psicoterapia de apoio, as memórias podem abrir caminho para que este sujeito da clínica se reencontre para viver o presente, aqui e agora.

Ao falar da psicoterapia endereçada às pessoas idosas, não digo que se restrinja, mas a meu ver, a expansão do processo de memória, se não nos empoderarmos dele, caminhamos à espera do fim e até para a senilidade, ao invés de cultivar a calma e conscientemente viver os seus dias.

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