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A franqueza no ambiente de trabalho

Você se considera uma pessoa franca? Costuma falar com franqueza em todos os ambientes em que convive? Fala francamente no seu local de trabalho? Este ato de fala envolve a coragem de falar a verdade, apesar dos riscos pessoais, e é central na análise das relações de poder. 

Integrando este conceito ao estilo crítico, podemos explorar como o “falar francamente” se manifesta e como esse é reprimido nas dinâmicas corporativas contemporâneas.

Nas corporações modernas, onde o lucro e a eficiência são frequentemente valorizados acima da integridade e da saúde mental dos trabalhadores, a prática da franqueza torna-se radicalmente subversiva. 

Foucault, em sua análise do poder e da governamentalidade, destaca como as estruturas de poder moldam os discursos permitidos e as verdades reconhecidas dentro de qualquer sociedade. 

A corporação, vista como microcosmo da sociedade, reproduz essas dinâmicas, criando um ambiente onde o “falar francamente” é simultaneamente necessário para a inovação e a progressão, mas também perigosamente marginalizado quando ameaça a ordem estabelecida ou a linha de comando.

A coragem de se posicionar contra práticas injustas, de apontar a exploração ou mesmo de expressar opiniões divergentes dentro do ambiente corporativo exige uma disposição para enfrentar as consequências, incluindo marginalização, represália ou demissão. 

Esta situação paradoxal reflete o que Foucault descreveu como a parrhesia – um ato de verdade que desafia as relações de poder, mas também um que exige que o falante esteja em uma posição de vulnerabilidade.

Ao examinar o papel da parrhesia nas corporações, é essencial considerar como a cultura organizacional e as políticas de gestão podem tanto suprimir quanto encorajar a expressão franca. 

A retórica de “abertura” e “transparência” muitas vezes promovida nas empresas pode mascarar a realidade de ambientes onde o discurso é cuidadosamente monitorado e as verdades inconvenientes são silenciadas. Por outro lado, ambientes que genuinamente cultivam o “falar francamente” podem promover um senso de responsabilidade coletiva e empoderamento entre os funcionários, desafiando as dinâmicas de poder tradicionais e promovendo uma cultura mais equitativa.

Em contextos corporativos, isso implicaria na criação de mecanismos que protegem e incentivam os funcionários a expressar suas verdades, reconhecendo que tal prática é fundamental não apenas para o bem-estar individual, mas também para a saúde organizacional e a inovação.

Portanto, no âmbito das corporações, “falar francamente” emerge como um ato de resistência e um imperativo ético, desafiando as estruturas de poder que buscam homogeneizar o discurso e controlar a narrativa.

Fonte:
https://amenteemaravilhosa.com.br/parrhesia-uma-atitude-dos-corajosos/

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