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A misoginia define a beleza!

Muitas mulheres são obrigadas a trabalhar de salto alto, com o modelo da estação, no mais das vezes o dia inteiro em pé. O jornal nexo fez uma matéria sobre uma petição de projeto de lei no Japão “que proíba empregadores de forçarem o uso de salto alto por funcionárias” (não sei se virou lei ou não). “A campanha, chamada de #KuToo – trocadilho com as palavras “kutsu” (sapato) e “kutsuu” (dor) – faz referência ao movimento #MeToo. O MeToo é um movimento nos Estados Unidos contra o assédio sexual, que ganhou força a partir de 2017.” 

A misoginia define conceitos de beleza na intenção de submeter a mulher a sua aparência como o mais importante para uma mulher. 

A gente pode rememorar o conceito de beleza das mulheres com pés de lótus, que perdurou do século X ao XX, na China. 

Eu me surpreendo que as mulheres aceitem, como fetiche e ilusão de poder, aquilo que reprime seus movimentos e as machuca e deforma seus pés. Parece que a história secular não sensibiliza e não ajuda a raciocinar?

Inicialmente, acreditar que o principal atributo da mulher é a beleza e o do homem a força e a inteligência, mantém as bases da sociedade em que vivemos, de violência contra a mulher, em que conceitos de beleza misóginos contribuem para a submissão pela força e pela desmoralização psicológica.

Grande parte, infelizmente acho que a maioria, alimenta esses valores de minoridade da mulher e ajudam a manter uma sociedade dominada por homens. Junte-se a isso o racismo e a economia de desigualdades e a coisa fica muito pior, mas não vou entrar nesses assuntos agora. 

Falemos de gênero, a construção social do belo e fútil feminino e do inteligente, forte e poderoso masculino. Isto está em tudo, do aparentemente inocente elogio ao feminino, pautado majoritariamente em seus atributos físicos e ao elogio ao menino, que ressalta a molecagem, a esperteza, a inteligência e por aí vai.

Será que ainda somos tão submissas para manter essa realidade dominante! Aceitar que ser menina é limitado a gostar de bonecas, de batom e casinha e ser menino é correr, jogar bola e fazer estripulias, entre outros de manutenção da minoridade da mulher, são artifícios institucionais da família, da escola e até das ciências, que pautam, por exemplo, práticas e serviços de saúde pela manutenção de tais valores. Vide as campanhas de prevenção de câncer de mama e próstata em rosa e azul justamente em doenças ligadas à sexualidade! 

A criança encontra uma condição social e experimenta por meio do brinquedo (aquelas que têm a possibilidade de brincar) uma narrativa lúdica do que sente, intui e experimenta pelos órgãos dos sentidos. Interpreta o seu universo vivencial. Assim se forma o sujeito, a pessoa, sua personalidade, seus valores.